segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ainda hoje 22 anos depois não há em Muriaé uma casa de shows ou boate com a infra estrututa que o Castelinho tinha em 1987.

Em 1987 e eu com 22 anos o Castelinho Night Club é inaugurado, assim pude ver meu projeto ser concebido e em pouco tempo assumi a direção artística da casa, após o período do promoter, Jorge Barróca.
Passei a promover bailes com as bandas da época: Dangers, TB6, Reza Forte, Revolution, Los Gringos, Casanovas entre outras.
A infra estrutura de som da casa foi um projeto meu, mas a luz em particular era um espetáculo a parte, nunca houve em Muriaé uma casa noturna com o show de iluminação que era o Castelinho.
Todo o sistema foi projetado e construido por mim, e o consumo de energia era tão elevado para alimentar a casa, que Reinaldo se viu obrigado a comprar um transformador de 75 KVA e 5 postes bem como os cabos para alta tensão, para levar energia pesada até a casa.
Passei a Conviver com o rock, e fui o responsável pelos primeiros shows da banda Terceiro Mundo (Hoje banda Cidade Oculta ).
E foi ali no Castelinho que comemorei 10 anos como Dj e me despedi da carreira em grande estilo, para me transformar em um técnico de som profissional.

Obs. Click nas imagens e nas fotos para ampliar em outra janéla, para visualizar detalhes

Imagens ilustrativas criadas por mim em computador, procurando aproximar ao máximo de como era o local e os equipamento, já que as fotos desta época todas se perderam em uma mudança para o Rio Grande do Sul, onde uma mala com fotos se se extraviou, perdendo assim boa parte de material fotográfico da minha vida.

Entrada para a pista:

Nesta imagem podemos observar já dentro do Castelinho o portal de entrada para a pista, de onde já se podia ver ao fundo o palco com seu grande painél principal de luzes ao fundo e as caixas de som.
Á direita da imagem a escada para o 2º piso onde havia um pequeno bar e área de mesas ao ar livre além do acesso á cabine de som (meu estúdio).
No portal havia também 2 grandes vitrô vazados com jardineiras á baixo e de onde podia-se visualizar a pista de dança.
Á esquerda desta imagem era a entrada para o banheiro feminino.
Na parte de cima da imagem pode se ver as grandes jardineiras e muretas do 2º piso ao ar livre.

Nesta região do portal de entrada da pista ficava também o grande bar ao lado direito da escada, os banheiros masculino e feminino, área maiór de mesas ao ar livre e portaria de entrada da casa, que não aparecem nesta imagem.



Pista de dança e palco:

A pista do castelinho tinha 30 metros de comprimento por 16 de largura.
Pode se ver nesta imagem o palco de shows com seu gigantesco painél ao fundo com 8 metros de largura por 2.40 de altura e 184 lampadas e uma grande variedade de desenhos sequenciados.

As caixas de som dispostas do lado direito e esquerdo do palco, bem como os sub graves embutidos á baixo do palco.
Ao lado direito da imagem pode-se ver a porta de acesso ao camarim, e á cima a janéla do escritório do Castelinho. O efeito verde mais claro do piso, eram as 120 lampadas verdes que trabalhavam em sequência ou acesas direto dando um efeito de neom no piso, utilizadas embutidas ábaixo do mesanino nas laterais da pista com 40 cm. de altura

Em cima do palco 2 grandes stroboscópicos e ao centro uma luz móvel bailarina, montados sob o painél de acabamento entre o teto do palco e o teto da pista

Parede lateral da pista e mesanino:

Nesta imagem podemos ver parte do palco, e a parede direita da pista com o mesanino á baixo em tom de verde mais escuro com o efeito de luz verde embutida apresentando apenas a luminosidade no piso. Observa-se que as paredes laterais, haviam recuos onde eu aproveitei o design e criei efeitos de luz, também embutidas, tendo a visibilidade apenas da claridade, sendo dispostas em um recuo verde, um recuo vermelho e assim sucessivamente. cada recuo tinha 6 lampadas elypticas refletoras de 60 watt´s cada, tendo efeitos sequencial e fixo. Na imagem observa-se o grande painél de acabamento lateral verde onde no topo cada lado da pista tinha 10 lampadas elypticas refletoras de 120 watt´s cada em cores, e ao centro um efeito móvel bailarina. Também se vê parte do grande globo espelhado no centro da pista.

Teto da pista:

Observa-se o fundo metal do teto, ao centro o grande globo espelhado e 4 canhões usados em teatro com lentes especiais focados no globo.
Obeserva-se como motivo de decoração para criar um falso rebaixamento do teto, 16 caixas com acabamento tipo colméia que escondiam 6 lampadas de 60 Watt´s cada, criando um efeito visual agradável e de grande intencidade no efeito da luz que utilizei apenas 2 cores, sendo verde e laranja se intercalando. As caixas trabalhavam em formas sequênciadas com diversos efeitos. Pode- se ver 2 luz negra formato banana, um grande refletor especial com uma super lente emitindo luz roxa pisca de alta velocidade na entrada da pista, 4 stroboscópicos, sendo 2 na região do palco e 2 na entrada da pista, e as potentes luzes elypticas refletoras nas laterais do teto bem como as 3 bailarinas móveis, sendo uma em cada centro das laterais e uma no centro da parte superior ácima do palco.

Minha cabine de som:

Nesta imagem pode-se observar que a cabine ficava muito alta, fóra da pista, no segundo piso na área extena da casa e ao lado esquerdo. Obeserve que na cabine á uma janéla ao lado esquerdo, onde eu podia ver a rua, a entrada da boate, e á baixo 2 bancos estofados para sentar e receber convidados no estúdio. Da porta da cabine que nao aparece nesta imagem, ao lado direito da mesa de luz, eu via toda a parte externa da casa, mesanino do segundo piso e mesanino do térreo, bem como a entrada principal da casa. Neste estúdio, eu via toda a pista, tinha ao lado esquerdo da bancada, os amplificadores, 1 pick Up MK II, ao centro uma mesa de som, ao lado a segunda Pick Up MK II, e ao final da bancada no lado direito os periféricos e tape deck. Á baixo da bancada estantes onde eu arquivava os discos de vinil. Na parede direita fica a fantástica mesa de luz sequêncial que á baixo conto como foi concebida e suas centenas de funções. Na parede de fundo que não aparece na imagem, era em formato circular em forma de ovo, com um grande espelho, e uma porta que dava acesso ao segundo andar de uma das torres, que eu utilizava como depósito e laboratório para os equipamentos e luzes que eu inventava.

Resumindo: Eu ficava localizado em ponto estratégico, tinha dali a visão geral da casa, pista, área externa, entrada pela rua e já dentro da casa, 2º piso, bar, mesanino do térreo.
Ali era o coração pulsante do Castelinho extratégicamente montado do lado esquerdo.
Mesa de Luz LBC POWER LIGHTING DESIGN

Eis ai um orgulho, um projeto completamente meu, e execução em parceria com Arindo Cândido (Bit´s Eletrônica).
Uma mesa com estrutura montada no estilo mesa de som, inclinada, com 5 super sequênciais embutidos com 1.000 Watt´s em cada canal de potência.
sendo 2 sequênciais de 5 canais cada, e 6 programas cada.
2 sequênciais de 4 canais com 4 programas cada.
1 sequêncial rítmico de 3 canais.
O impressionante na mesa artesanal, eram seus 107 botões liga desliga, que me permitia direcionar qualquer canal dos sequênciais a qualquer sistema de luz dos muitos que existiam na pista e na área externa da casa.
Tendo cada botão um led indicador para demonstrativo do que estava acionado.
Nesta mesa foram ligados, 120 lampâdas verde de 25 Watts, embutidas nas laterais da pista á baixo do mesanino (60 lâmpadas por lado), onde se percebia apenas o efeito de luz esverdeado no piso.
No principal e gigantesco painél no fundo do palco que media 8 metros de largura por 2.40 de altura, podia se ver um show de desenhos seqênciais com 184 lâmpadas de 25 watt´s cada em cores.
No teto haviam 16 caixas tipo colméia com 4 lampadas de 40 watt´s cada em cores verde e laranja, causando um efeito interessante e compondo a decoração do recinto no rebaixamento do alto teto da casa.
Nas paredes laterais 20 lâmpadas elypticas refletoras de 120 Watt´s cada em cores, sendo dispostas 10 por lateral.
Na faxada da casa e nas paredes da pista (nos recuos) eu usava embutidas, 84 lâmpadas elypticas refletoras de 60 watt´s cada em tons de verde e vermelho, visualizando apenas o efeito da luz saíndo nas laterais.
Um canhão de 1.000 watt´s roxo, 4 stroboscópicos, 2 luz negra tipo banana, 1 globo grande com 4 refletores de teatro sendo 600 watt´s cada 3 três bailarinas Bim Bim móvél.
Toda esta parafernália ligada nesta mesa projetada e confeccionada por mim, com mais de 620 possibilidades diferentes para convulgar efeitos de luz.
Em nenhuma discotheca que eu tenha frequentado ou mesmo nas melhores lojas de produtos de São Paulo, eu nunca tinha visto nada parecido que permitisse tanta criatividade com as luzes de pista.

Obs. Por ter perdido todo material fotográfico que eu tinha em mudança para o Rio Grande do Sul na década de 90, criei esta imagem em Computação gráfica.
Pick Up´s Technics SL 1210 MK2

Todo o equipamento de som do Castelinho era de Reinaldo Dornelas, mas as Pick Up´s eram minhas.
As adqueri em São Paulo, e era um modelo novo da Technic´s.
Cor grafitti, e leitor de pitch mais preciso ainda que as tradicionais.
Uma máquina que as guardo até hoje como lembrança de uma boa época.
Hoje uma máquina destas é disputada pelos melhores Dj´s do planeta.
Tape Deck AKAI 570 D

Este foi o deck escolhido por mim, para fazer parte do sistema do Castelinho.
Um bom tape deck, robusto, preciso e excelente máquinário interno e cabeçote de precisão.
Mesa de som VOXMAN MX1603

Nesta casa eu já não mais utilizava mixer, pois resolvi comprar a minha primeira mesa de som.
Não era top mas com esta convivi por vários anos e junto ao amigo Arindo Cândido (Bit´s Eletrônica) fizemos importantes alterações na mesa para melhor me atender, podendo utilizar meus pick Up´s ou para fazer som ao vivo com bandas.
Equalizador QUASAR QE 10000

Utilizei um destes no sistema, enquanto apenas atendia ao som mecânico para Dj. que era eu próprio, mais á frente troquei este por um Staner.
Crossover ADVANCE ECX 5

Pela primeira vez eu estava usando crossover e escolhi o melhor que se fabricava no Brasil na época.
Usava 2 destes para fazer os cortes de frequências no som da casa noturna, sendo 1 para cada lado do P.A.
Amplificador STANER MP 720

Amplificador largamente utilizado na época para empurrar sons graves.
Eu usava 2 destes sendo que 1 empurrava 2 caixas de graves modelo topogã com 1 falante de 15 pol. cada.
O outro amp. usava para empurrar 6 grandes caixas de sub graves imbutidas em baixo do palco com um falante de 15 pol. cada.
Amplificador STANER MP 420

Muito utilizados no Brasil na época, estes amps. da staner, eu usava 2 destes para empurrar 4 caixas de médios graves com 2 falantes cada caixa de 12 pol.

Obs. na foto aparece o modelo 720, pois não achei foto do modelo 420 para postar, mas ambos são muito parecidos frontalmente, a diferença é que no 420 o grupo de led´s é menor e claro a potência também em relação ao 720.
Amplificador QUASAR QA 5500

O primeiro que a Quasar fabricou com tamanho padrão 19 para adequar aos concorrentes.
Um bom aplificador com seus costumeiros controles de graves e agudos separados por canais.
Eu utilizava um amp. destes para empurrar em um canal 2 cornetas de médios da Selenium, e no outro canal 2 baterias de agudos com 4 tewetters piezo elétrico em cada.
Amplificador de potência 1000 HTC

Impresionante módulo mono, que empurrava 2 caixas de monitor utilizadas no palco com um falante de 15 Pol. + uma corneta com mid ranger + 2 tewetter piezo elétrico em cada caixa.
Um projeto e concepção artesanal de Humberto Teixeira Costa da cidade de Teresópolis RJ, sendo fabricado sob encomenda, com acabamento totalmente em madeira e compenssado, mas com uma pressão sonora que impressionava.